Sabor:Estudos Arqueológicos Adiados

A EDP anulou a realização de prévia de sondagens arqueológicas e levantamentos arquitectónicos da zona que será inundada com a barragem do Baixo Sabor, adiando estes trabalhos para a fase de obra, noticia o jornal Público. A intenção, refere o diário, será evitar o atraso do início da construção da estrutura.

Segundo o Público, que faz manchete com a notícia, a empresa eléctrica solicitou ao consórcio responsável pelo Estudo de Impacte Ambiental da barragem do Baixo Sabor que fosse feita uma consulta sobre o tema junto de empresas de arqueologia. Esta informação foi negada pela própria EDP. «A EDP não adjudicou nem teve a intenção de adjudicar à Ecossistema qualquer trabalho de sondagens e escavações para o Baixo Sabor\", afirmou a empresa numa nota enviada ao jornal.

Contudo, o Público adianta que este desmentido «não corresponde à verdade», mesmo que não tivesse sido aberto qualquer concurso público. A própria Ecossistema disse ao jornal que foram consultadas três empresas, que apresentaram um plano de trabalhos com prazos e preços.

«O propósito desses trabalhos era o de complementar a informação já obtida anteriormente, com a execução de levantamentos cartográficos e fotográficos e com a recolha de informação adicional sobre os sítios arqueológicos identificados, e o propósito dessa consulta era simples: permitir ter dados substantivos para discutir a oportunidade e a viabilidade da realização desde logo desses trabalhos», consta de uma nota da Ecossistema citada pelo jornal.

O Público aponta que o objectivo desta decisão da EDP será «adiar ainda mais o início da construção da barragem». «Se, por mera hipótese, algumas dessas sondagens arqueológicas levassem à descoberta de algo muito importante, a aprovação do RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução) seria mais demorada e o arranque da obra teria que ser adiado», lê-se no jornal.

O Público aponta que o objectivo desta decisão da EDP será «adiar ainda mais o início da construção da barragem». «Se, por mera hipótese, algumas dessas sondagens arqueológicas levassem à descoberta de algo muito importante, a aprovação do RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução) seria mais demorada e o arranque da obra teria que ser adiado», lê-se no jornal.

Fonte: "Portugal Diário, 2008-08-20"

Pois, concordo plenamente com os receios do Macorreia, mas temos que ver que a decisão da EDP é de auto-defesa, justificando-se com os atrasos anteriores e com toda a problemática que envolveu a construção da Barragem. Mas uma coisa é certa, se não se tivesse perdido tempo com guerrinhas e estudos pouco ou nada conclusivos, se não se tivesse perdido tempo com argumentos que em pouco ou nada eram convincentes e se tivessem feito esses mesmos estudos e trabalhos que se falam agora anteriormente, talvez tivesse nutrido melhor efeito. Agora não vale a pena, o projecto está aprovado e avança para a frente e é claro que a EDP e o próprio Estado Português não vão querer aprovar nada que possa causar mais "atrasos".
A ver vamos como se desenvolvem os próximos capitulos

Nem é preciso acrescentar mais nada, nem ponto nem virgula que seja, ao que foi dito e explicado pelo nosso amigo Macorreia. Só talvez mesmo o facto de este ser infelizmente o comportamento geral dos Portugueses, nunca se faz o que deveria ter sido feito atempadamente, ou seja, vai-se deixando andar e depois acontece o que aconteceu neste caso. A mim parecem-me desculpas de mau pagador. Enquanto historiador que sou, tamnbém a mim me custa perder o muito e riquissimo património existente na área envolvente do Baixo Sabor e não acredito de todo que este projecto seja uma mais valia para o concelho de Torre de Moncorvo e concelhos adjacentes, poderá ser num curto espaço de tempo, mas creio que infelizmente a longo prazo essas vantagens vão concerteza dissipar-se, ao invés que o Sabor e as suas riquezas são no seu todo duráveis e de longo prazo, mas como diz o ditado "não se pode chorar sobre leite derramado" e admito que neste ponto fiquei num certo impasse, tendo no entanto aplaudido a construção da Barragem, talvez por já estar farto da luta e controvérsia envolvente. No entanto deixo apenas uma interrogação no ar: Lembram-se de Foz Côa? Bem as gravuras defendia-se na altura que não sabiam nadar, aproveitando o sinónimo daquela famosa música da época (cujo no da banda não me ocorre agora, infelizmente). Pois realmente elas não sabem nadar, mas a verdade é que se afundaram os mais brilhantes e optimistas projectos e ambições de desenvolvimento da região. Finalizando e usando o meu ponto de vista, julgo que a história deve ser usada como factor de desenvolvimento e nunca como um entrave do mesmo. Mas esta é apenas a minha opinião, concerteza que devem existir outras contrárias e talvez por isso mesmo, deixo aqui um desafio para que se discutam.